terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Critica sobre A Origem dos Guardiões

Imagine um grupo de super-heróis, nos moldes de Os Vingadores, formado por mitos como Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, Fada dos Dentes e Sandman. Agora coloque o bicho-papão, que mais parece o vilão Voldemort de Harry Potter, para ameaçar a inocência das crianças e tempere tudo com muitas cenas de voos e acrobacias. O resultado é A Origem dos Guardiões, nova animação da DreamWorks.

Dirigido pelo estreante Peter Ramsey, conhecido pela arte de filmes como Homens de Preto, o longa é baseado na série Guardiões da Infância, de William Joyce. Embora não traga uma história grandiosa, nem seja primor de criatividade, apresenta um divertido mundo de fantasia, mais interessante que muita coisa vista por aí.

Na trama, Bicho Papão (Jude Law) resolve voltar a assombrar as crianças do mundo depois de viver séculos nas sombras. Seu plano é fazê-las parar de acreditar nos mitos infantis e, assim, diminuir sua influência. Após a invasão da fortaleza de Papai Noel (Alec Baldwin), os guardiões se reúnem para combater a ameaça. Só que seus poderes podem não ser suficientes diante do vilão. Então, o Homem da Lua – alegoria a Deus e, aparente, chefe dos guardiões – sugere a convocação de um novo membro. O escolhido é Jack Frost (Chris Pine), espírito brincalhão responsável pela neve e nevascas, atormentado pelo fato da garotada não acreditar em sua existência. Ele é o ponto de desequilibrio entre as forças do bem e do mal.

O visual de tirar o fôlego e cenas de ação muito bem construídas são os pontos fortes do longa. É bastante divertido ver o bombado e ágil “Coelhão” (dublado por Hugh Jackman) atirar seu bumerangue, Jack Frost invocar seus raios de gelo, o tatuado Noel lutar com suas duas espadas contra "Os pesadelos" - cavalos malignos da mitologia e servos do Bicho Papão -, que são perfeitos para amedrontar as crianças. O vilão também ajuda com seu jeito estiloso e ameaçador – tudo perfeito para gerar uma nova linha de brinquedos e produtos licenciados.

O problema de A Origem dos Guardiões é tentar ser ao mesmo tempo subversivo e amigável para crianças. Isso causa ambiguidade e é bem provável que as melhores tiradas passem batidas pelo público infantíl enquanto alguns momentos deixem os adultos entediados. Tudo parece ter sido criado para cumprir certas obrigações de mercado, principalmente do ponto de vista de design, e isso limitou as possibilidades da produção ir mais longe.

Tanto é verdade que todos os elementos básicos de filmes de super-herói estão presentes, sem direito a uma variadinha sequer. Temos a ameaça inicial, a reunião dos heróis, a desconfiança em relação ao novo membro, a vitória inicial, seguida por esmagadora derrota, as dúvidas em relação a seus poderes, o renascer das cinzas e a batalha final no meio da cidade.

Capaz de brincar com a imaginação de crianças e renovar velhos mitos, A Origem dos Guardiões é um bom filme para o fim de ano. Pode não estar nem perto das melhores coisas já feitas pela DreamWorks, mas deve agradar a pais e filhos. Os adultos, por sinal, devem ter uma boa surpresa ao descobrir que a esquisita premissa deixa de incomodar quando o projetor começa a rodar.


A Origem dos Guardiões
http://www.globo.com/













Beijocas da Claroca!!!

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